Qual o grande desafio para quem faz pesquisa clínica? Seguimento! Com frequência os pacientes faltam consulta e o pesquisador perde a oportunidade de coletar aquelas informações! Para driblar esse problema muitos pesquisadores fazem coleta de dados através de questionários por telefone, correspondência ou e-mail. Mas aí surgem dois problemas: a má adesão ao preenchimento do questionário e a confiança na qualidade dos dados preenchidos.
Então qual seria a coleta de dados dos sonhos? Um mecanismo que não só garantisse boa adesão, mas também dados confiáveis! Então imagine um novo “questionário” que não só faz perguntas ao paciente, mas também rastreia seus hábitos, calorias, horas de sono e permite um diário de sintomas, alimentos e medicações na palma da mão do doente e a um clique de distância do pesquisador. Pois é! Aí está a ideia original do ResearchKit desenvolvido pela Apple!
O ResearchKit se propõe a transformar o iPhone numa poderosa ferramenta de pesquisa para facilitar a coleta de dados e a comunicação entre pesquisador e paciente! A quebra de paradigma que pode revolucionar a pesquisa médica é o fato de tirar a pesquisa de dentro dos hospitais e levá-la a qualquer lugar onde o paciente estiver! Além da vantagem para o pesquisador, o ResearchKit também traz vantagem ao paciente pois tem feedback imediato, isto é, todos os dados coletados também estão acessíveis ao paciente, o que promove um melhor conhecimento da doença e compreensão da relação dos hábitos pessoais com os sintomas.
# Viés de seleção: esse é meio óbvio pois um dos critérios de inclusão é ao mesmo tempo um viés enorme – só pode participar quem tem iPhone!
# Viés de observação: os pesquisadores só vão estudar dados que são facilmente acessíveis através do smartphone, pois os pacientes não tem contato real com os pesquisadores e não são examinados.
# Viés de informação: tanto devido ao fato de o paciente fornecer o dado que quiser já que não tem “ninguém olhando” como à limitação de saber usar o aplicativo e responder o que ele está perguntando.