Imagine-se no centro cirúrgico de um hospital há 100 anos: ao chegar à sala cirúrgica (geralmente no último andar para receber luz do dia), você se depara com 20 alunos na platéia, todos bem vestidos em ternos, esperando para vê-lo operar: você lava suas mãos com ácido carbólico (anti-séptico disseminado por Lister), veste seu mesmo avental de ontem e começa a cirurgia! O paciente já está anestesiado com éter e logo o procedimento avança: lâmina, corta … afastador, kelly, tesoura, fio … o paciente começa a sangrar … aspirador (vem o R1 rodar a manivela do aspirador!) … compressas, compressas, mais aspirador (o bisturi elétrico ainda estava para ser inventado)! A enfermeira sente o pulso do paciente (não existia monitorização): pulso fino, filiforme, extremidades frias. Você não consegue parar o sangramento, o paciente entra em choque hemorrágico e não há mais o que fazer (não tinha acesso central, hemotransfusão, droga vasoativa). O paciente evolui em PCR … com as mãos sujas de sangue (não havia luvas ainda!), você observa a platéia chocada e sai da sala. Assim começa a primeira cena do novo seriado médico The Knick e assim era a medicina do começo do século XX!
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